Causas da Revolução Francesa
A Revolução Burguesa na França foi motivada por várias causas, entre elas destacam-se: causas económicas, sociais e ideológicas.
A crise económica
A agricultura, sector essencial da economia francesa, é, a partir da década de 1770 atingindo por uma greve depressão:
 Os cereais, em resultado das mas colheitas, sobem muitos preços nos anos 1788 e 1789, o que provocou encarecimento do pão;
O vinho, importante fonte de receita dos rurais, estava em crise desde 1778, em consequência das boas colheitas, que faziam baixar os preços;


A falta de forragens e as doenças afectavam a criação de gado após 1785.
A indústria pouco desenvolvida atravessa igualmente dificuldades:
A desvalorização da moeda nacional diminui o poder de compra da população;
A falta de algodão americano em resultado da guerra da independência dos EUA afectava o sector têxtil;
Um tratado feito com a Inglaterra em 1786, inundou os mercados franceses de produtos industriais ingleses.
Como resultado desta situação as falências multiplicam-se o que faz crescer o número de desempregados.
Crise social
Em resultado das mas condições de vida, surgem em 1780, levantamentos rurais por toda a França, os camponeses recusam-se ao pagamento de rendas aos sonhores pilham celeiros atacam carregamentos de cereais.
Nas cidades o desemprego e o abaixamento de salário conduzem à agitação entre os operários. A burguesia, enriquecida com os negócios, sobretudo com o tráfego colonial, inqieta-se, temendo a bancarrota.
Ideologia- as novas ideia
A filosofia das “luzes”, aconselhava uma ordem económica, social e política diferente da então existente em França. As novas ideias, propagadas através de jornais, clubes, lojas maçónicas e alguns soldados que tinham combatido ao dos insurrectos americanos, ao voltarem à França, contribuíram para criar uma opinião pública contrária ao Antigo Regime.
Todas estas causas em conjunto, criaram um clima geral, favorável a uma revolução profunda da sociedade francesa.
Dos Estados Gerais à Assembleia Nacional Constituinte
Para tentar ultrapassar as dificuldades financeiras da França, ameaçada de bancarrota, propõe-se o lançamento de um imposto geral sobre os proprietários rurais o “imposto territorial “. Esta solução era recusada pelo clero e pela nobreza.
O lançamento de qualquer novo imposto implicava a sua aprovação pelos Estados Gerais da Assembleia dos representantes das três ordens sociais, que não se reunia desde 1614.
A Convocação dos Estados Gerais e a tomada do poder pela burguesia
Os Estados Gerais – ano de 1789
5 de maio – Estados Gerais reuniram-se em Versalhes, com o objectivo de aprovação do novo imposto:
O clero e a nobreza (grupos privilegiados) pretendiam o voto por ordem, esperavam conseguir reconquistar a confiança do povo, acabar com agitação e obter fundos necessários para os cofres do Estado.
O terceiro Estado esperava que, na Assembleia o rei tomaria iniciativas de reformas: confirmação da reunião periódica dos Estados Gerais; igualdade perante o imposto e a questão de voto por “cabeça “. Só assim poderia obrigar os privilegiados a pagar o imposto em causa.
Nos Estados Gerais havia pontos de vistas diferentes entre o Terceiro Estado e as classes privilegiadas sobre a forma de orientar as sessões e o processo de votação. Uma das questões que se levantou de imediato foi o sistema de votação: o Terceiro Estado reuniu-se em Assembleia Nacional.
O Terceiro Estado queria que as deliberações fassem tomadas em comum e a votação feita por “cabeça” (a cada pessoa correspondesse um voto) única maneira de contarem com a maioria.
17 de junho de 1789 – como não chegassem a acordo, o Terceiro Estado declara-se Assembleia Nacional e apelaram ao clero e à nobreza para se juntarem com à eles
A Assembleia Nacional tornou-se o órgão supremo representativo e legislativo do povo francês:
20 de junho de 1789 – Luís XVI manda fechar a sala de reuniões do Terceiro Estado. Este jura na Sala do Jogo da Péla nunca mais se separar até a elaboração de uma constituição.
9 de junho de 1789 – a Assembleia Nacional proclama-se Constituinte – Assembleia Nacional Constituinte, era o primeiro passo da tomada de poder pela burguesia.
O rei, monarca absolutista, recusa-se a reconhecer a Assembleia Nacional Constituinte e começa a concentrar as suas forças em Paris e em Versalhes para reprimir os deputados do Terceiro Estado. Estas medidas foram consideradas pelo povo como prova da decisão das forças contra-revolucionárias.
As ruas e praças encheram de gente, dando início desta forma a uma revolução violenta numa grande agitação que só foi terminar no dia 14 de julho de 1789.