Causas da Segunda Guerra Mundial

Causa político-economicas

Os EUA tornaram-se numa potência mundial que defendia uma ideologia burguesa, capitalista e liberal. No lado oposto estava a URSS, onde o proletariado estava em expansão, que defendia uma política socialista.
A crise de 1929, que começou nos EUA e depois alastrou ao resto do mundo, interrompeu o dinâmico processo de reconstrução da Europa registado imediatamente após a Primeira Guerra Mundial.
As medidas para combater a crise nos países europeus, embora tendo de ser fortes, tiveram lugar de forma natural e constitucional, mantendo-se os regimes democráticos na Inglaterra, na França e em outros países.
No entanto, em outros países, politicamente mais instáveis e com oposições mais combativas, o poder foi tomado por grupos fortemente organizados e determinados.
Estes grupos opunham-se à política instalada e viriam a implantar regimes do tipo totalitário ou ditatorial. Daqui iria nascer uma bipolarização do mundo em dois blocos antagónicos: de um lado, os regimes democráticos, e do outro, os regimes autoritários ou autoritárias.

Essa divisão iria ter também a sua expressão nos dois lados que se viriam a defrontar na guerra: de um lado, os Aliados (que representavam, na sua maioria, os países democráticos), e do outro, as potencias do Eixo (que integravam os regimes autoritários e ditatoriais).

Causa político-militares

O fim da Primeira Guerra Mundial transformou-se no ponto de partida para o eclodir de novos conflitos. Em 1919, o Tratado de Versalhes, apesar das suas intenções de pacificação, acabou por provocar a disseminação de um forte sentimento nacionalista entre os países que perderam a guerra e criou terreno propício, pela exploração dos sentimento de insatisfação da população, para a implantação dos regimes totalitários. Alguns líderes políticos adoptaram uma política de apaziguamento no período entre as guerras. Pacificaram-se antagonismos e fizeram-se concessões para se evitar confrontos mas, em contrapartida, não se conseguiu garantir a paz internacional.
A sociedade das Nações, que deveria cuidar da paz mundial, viria a mostrar-se um órgão frágil, sem reconhecimento e peso internacional e que fracassou totalmente.
A partir de setembro de 1931, iniciou-se uma série de confrontos, espalhados por vários cantos do mundo. O Japão invadiu a Manchúria e colocou no poder um imperador por si controlado. Sendo a Manchúria território chinês, esta invasão levaria a uma guerra entre o Japão e a China, que se iniciou em 1935.
Em 1936_ o Japão e a Alemanha assinaram um acordo, o Pacto Antikomintern (que significa<<anticomunista>>, cujo objetivo principal era o combate ao comunismo da União Soviética, evitando assim o perigo de alastramento dos ideais comunistas a estes países.
No Japão predominava uma cultura do tipo militarista, que já vinha de muitos anos antes. Sendo o Japão um país de fracos recursos, o seu governo considerava que a melhor forma de conseguir esses recursos seria através de conquistas territoriais. Por isso, o Japão planeou conquistar vários territórios na Ásia, incluindo a Coreia, a China e algumas ilhas no oceano Pacífico.
Porém, o Tratado de Versalhes, assinado entre os países vencedores e vencidos da  Primeira Guerra Mundial, impedia que as nações procurassem as conquistas militares, o que deitava por terra as ambições japonesas. Essa disposição do Tratado de Versalhes foi considerada pelos japoneses uma traição por parte das potências vencedoras daquela guerra, pois o Japão ficara do lado delas. Por essa razão, o Japão decidiu aliar-se à Alemanha, cuja política expansionista era mais ou menos semelhante à dos japoneses, havendo, por isso, interesses em comum.
Ainda em 1936, a Itália invadiu a Etiópia (a então chamada Abissínia). A Sociedade das Noções quis punir a agressão, tendo mesmo imposto um embargo económico à Itália. Mas Hitler, recusando reconhecer poderes à Sociedade das Nações, ofereceu ajuda económica a Mussolini.
Também nesse ano, iniciou-se a Guerra Civil de Espanha, que opunha as forças nacionalistas, comandadas por Franco, às forças republicanas, de ideologia socialista.
Estando do lado dos nacionalistas, a Alemanha e a Itália enviaram-lhes ajuda militar.
Os republicanos, por seu lado, receberam apoio e ajuda militar da União Soviética.

Causas sociais e ideológicas

Como vimos, as condições impostas pelo Tratado aos países perdedores foram consideradas por estes demasiado severas e isso criou as bases para o crescimento dos movimentos totalitaristas nazi e fascista, que aproveitaram as vagas de descontentamento da população. A Alemanha foi o país que recebeu a punição mais dura, pois sofreu grandes perdas de território e foi obrigada ao pagamento de pesadas multas, o que foi sentido pela população como uma humilhação ao povo alemão. Também na os sentimentos de insatisfação pela situação italiana no pos-guerra criaram terreno propício ao crescimento do fascismo.
O alegado combate aos ideais comunistas contribuiu para a implantação e receio da disseminação do comunismo por entre a classe trabalhadora fez com que a classe dos industriais e a burguesia tivessem aderido e apoiado os movimentos totalitários, que conquistaram e aglutinaram, assim, quer os receios da população burguesa, quer a insatisfação das faixas mais pobres da população, criando desse modo uma ampla base de apoio popular, que lhes permitiu iniciar um plano de expansão e ofensiva bélica.
Adolfo Hilter queria suprimir as liberdades e os direitos individuais e perseguir as ideologias liberais, socialistas e comunistas. Pretendia, ainda, criar uma <<nova ordem>> na Europa baseada nos princípios nazis, os quais defendia superioridade germânica e a exclusão de algumas minorias étnicas e religiosas.